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| filme 59 | P.S. EU TE AMO


O Amor nós levamos dentro da gente!

Holly Kennedy (Hilary Swank) e Gerry (Gerard Butler) são jovens, felizes e apaixonados. Vivem um casamento perfeito, com muito carinho, amor e risadas. Acontece que tudo que é bom, dura pouco (é ótimo quando conseguimos encaixar um ditado, não?) e Gerry morre, depois de um período doente. O tempo cinematrográfico passa e já nos deparamos com Holly arrasada, sem ter forças para superar a perda definitiva do seu grande amor.

Só que Gerry teve tempo para bolar um plano. Ele preparou o território para depois da sua partida. Escreveu várias cartas para Holly que tinham como objetivo colocá-la de volta para a vida. As cartas começam a ter influência sobre a moça e ela, aos poucos, vai recuperando o seu caminho. Sem Gerry fisicamente, mas com um amor intocado no coração.

2ª Carta
Evite hematomas e compre um abajur. E lembre-se: uma diva da discoteca tem que estar bem produzida. Vá comprar uma roupa de arrasar. Na próxima carta vai precisar dela. Sei que detesta seu trabalho, mas vou ajudar. Procure um sinal vai saber o que fazer. P.S.: Eu te amo.

3ª Carta
Vamos lá diva da discoteca! Karaokê este mês. Pode ser recompensada. P.S.: Eu te amo.

4ª Carta
Minha jaqueta de couro é pra você. Sempre gostei de como ela fica em você. Mas do resto das minha coisas você não precisa. Faça um espaço pra você nessa droga de apartamento. Chegou a hora. P.S.: Eu te amo.
  
Existe algo mais revelador de um momento do que uma carta de amor? Se a fotografia é a eternidade de uma imagem, a carta de amor é a eternidade de um sentimento. É quando alguém pega aquilo que está guardado lá dentro e torna PARA SEMPRE. Sabemos todos que romances vem e vão. A gente só tem a certeza de que durou a vida toda, quando, de fato, dura a vida toda. Não dá para prever. Mas, aquilo que é escrito, fica para sempre gravado. Não há como retirar. Pequenos bilhetes ou grandes cartas não são a chave para um amor da vida toda – para estes é preciso o tempero das “atitudes” (talvez, até, mais importantes). Mas, as cartas de amor ou aquelas que são escritas por amor possuem o dom de eternizar e, mais do que isso, possuem o dom de revelar (ou redescobrir) algum sentimento que, por contingências da vida, tenha afrouxado um pouco.

Querida Holly, Eu não tenho muito tempo, não digo literalmente é que você foi comprar sorvete e vai voltar logo! Mas tenho a impressão de que é a última carta porque só resta uma coisa pra dizer, não é para se lembrar sempre de mim ou comprar um abajur, você pode se cuidar sem a minha ajuda, é para dizer como você mexeu comigo, como você me ajudou me amando, você fez de mim um homen, Holly, e por isso eu sou eternamente grato, literalmente. Se pode me prometer alguma coisa, prometa que sempre que se sentir triste ou insegura ou perder completamente a fé vai tentar olhar para si mesma com meus olhos. Obrigado pela honra de ter você como esposa, eu não tenho o que lamentar, tive muita sorte. Você foi a minha vida Holly, mas eu sou apenas um capítulo da sua, haverá mais eu prometo portanto aqui vai o meu grande conselho: não tenha medo de se apaixonar de novo, fique atenta àquele sinal de que não haverá mais nada igual.
P.S. Eu sempre vou te amar.

10ª Carta.
De: Holly Para: Gerry Querido Gerry, disse que queria que eu me apaixonasse de novo. E talvez um dia eu me apaixone. Mas existem tantos tipos de amor. Esta é minha única vida... e é maravilhosa e terrível, curta e interminável... e ninguém sai dela com vida. Não tenho planos, mas está na hora de a minha mãe rir de novo. Ela nunca viu o mundo. Nunca viu a Irlanda. Então, vou levá-la aonde começamos. Talvez agora ela entenda. Não sei como você fez isso, mas você me trouxe de volta à vida. Logo vou lhe escrever de novo. P.S.: Adivinhe!

Há uma outra coisa muito interessante neste filme que, diga-se de passagem, é uma comédia romântica deliciosa: a “capacidade de amar”. Tenho um conceito um pouco diferente do que significa o amor. Não acho que seja algo que exista entre duas pessoas. É, sim, algo que existe em nós e que resolvemos dar para uma ou várias pessoas. Assim, mesmo sem contato físico (como é o caso do casal de protagonistas), é possível existir amor. Não há necessidade da presença. Há que existir, apenas, uma pessoa disposta e com capacidade para sentir e mostrar. Devemos falar, então, naqueles que são capazes de amar sem medidas. Pessoas como Gerry e Holly. Gente que consegue carregar o amor sem que exista a mínima necessidade de reciprocidade. 



Trilha sonora do filme. Clique no "play" e ouça.


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Renata Jamús
É uma apaixonada por cinema. Foi mestre em "discursos do Oscar" na infância. Teve três ou quatro muito bons, que eram constantemente lidos para os pais babões de plantão. Os mitos hollywodianos eram como amigos da rua. Habitavam sua casa, desde sempre. | COLEÇÃO DE FILMES | FACEBOOK | TWITTER