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| filme 97 | A NEGOCIAÇÃO

“Há tanto dinheiro saindo do chão, você não pode acreditar, você não pode parar. E sim, sou o oráculo. Eu fiz cobertura, fiz risco de crédito, fiz tudo. Sim. Eu sei que é fora da lei, mas é cunhagem de dinheiro. É... é uma licença para imprimir dinheiro para todo mundo. Para sempre! Eu sou Deus.” (Robert Miller)

A Negociação


O drama estrelado por Richard Gere e realizado em 2012 pelo diretor Nicholas Jarecki tem a intenção, por vezes bem sucedida, de mostrar as consequências das atitudes erradas que tomamos, seja no aspecto profissional ou pessoal.

O magnata Robert Miller é conhecido como oráculo de Wall Street. Sabe quando investir, como investir, a forma de barganhar. Somos apresentados a ele no dia do seu aniversário. A família reunida – uma esposa que usa o dinheiro do marido para caridades, um filho sem talento algum e a filha, sua melhor amiga e futura herdeira do seu império. Robert faz um discurso na mesa do aniversário e destila amor pela esposa, família e tudo que construiu em anos e anos de trabalho pesado. Após assinar alguns documentos com a filha é chegada a hora de dormir. A esposa o chama, mas Robert alega que precisa voltar para o escritório porque está em fase final a fusão da sua empresa com um dos maiores bancos do país.


Despedidas feitas e lá se vai Robert para a casa da sua amante.

Esse é Robert. Frio e quente. Alguém capaz de viver um tórrido caso com a uma dona de galeria e ser, em público, um admirado homem de negócios e chefe de família. Alguém que faz caridade, mas frauda relatórios de auditoria para conseguir vender a empresa. As escolhas profissionais de Robert, o caminho torto da corrupção, o tornam apenas mais um empresário corrupto. A escolha pessoal, que é obrigado a fazer com meia hora de projeção, decide o seu futuro, mesmo sem ele saber.

Depois de se envolver em um acidente, Robert é obrigado a mentir para todos, e confia apenas em um jovem negro, filho do seu ex-motorista particular. O contraponto entre o rico Robert e o pobre Jimmy deixa claro que dinheiro não vem junto com caráter.

O filme é uma produção feita para apenas uma pessoa brilhar. O cara é Richard Gere. No papel que seria de Al Pacino ele empresta o cinismo que está estampado em sua cara desde sempre. A frieza e o ar debochado de Robert são a marca registrada de Richard. Pacino não conseguiria ser frio como o personagem precisaria. Sem medo de mostrar que envelheceu, Gere consegue encaixar cada pedaço da personalidade não linear de Robert, um cara inescrupuloso, mas que ganha nossa torcida.

Assim como Robert vai conquistando a tudo e a todos no filme, Richard nos cativa a ponto de torcermos por seu vilão charmoso.  No elenco ainda temos Susan Sarandon e o ótimo Tim Roth. Richard Gere foi indicado para o Globo de Ouro de melhor ator dramático. Não deve levar, mas a indicação é merecida.


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Renata Jamús
É uma apaixonada por cinema. Foi mestre em "discursos do Oscar" na infância. Teve três ou quatro muito bons, que eram constantemente lidos para os pais babões de plantão. Os mitos hollywodianos eram como amigos da rua. Habitavam sua casa, desde sempre. | COLEÇÃO DE FILMES | FACEBOOK | TWITTER