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| filme 100 | DJANGO LIVRE

Uma grife que não sai de moda!


Que Quentin Tarantino já é uma grife desde o estouro de Pulp Fiction todos sabem. Que ele tenha se tornado cultuado no Brasil, a ponto de lotar uma enorme sala de cinema às 17:10 de uma sexta-feira, é surpresa para mim. Todos lá para a estréia da homenagem do diretor aos grandes faroestes já produzidos.



Ganhador do prêmio de Melhor Roteiro no Globo de Ouro 2013, Django Livre (Django Unchained) não é o melhor roteiro do diretor, tampouco o melhor dos filmes, mas, ainda assim, estão presentes diálogos sensacionais como na cena em que Django vê seu inimigo Calvin Candie utilizar meios pouco ortodoxos de tortura. Ou ainda na cena em que Calvin desmascara uma armação na hora de um jantar, sem esquecer do diálogo sensacional que antecede o ponto crucial do filme. 



Django é um escravo comprado por um caçador de recompensas alemão (Christoph Waltz, fantástico, ganhador do Globo de Ouro de Melhor Ator Coadjuvante 2013 e franco favorito ao Oscar), que precisa do rapaz para reconhecer bandidos que procura. Em meio a um diálogo, Django conta para seu comprador sobre a sua amada, de quem foi separado depois de uma fuga frustrada. Após um acordo, os dois partem para uma jornada de vingança para Django. Mais faroeste impossível.



Tarantino é o mestre da citação cinematográfica, cita, como poucos, outros mestres. Outra característica da sua assinatura é fazer de indivíduos injustiçados os protagonistas (e vingadores) de quase todos os seus filmes. Se é um Tarantino de grife, pode saber que haverá um personagem que comeu o pão que o diabo amassou para depois buscar sua vingança. Em Django ele alforria os negros americanos, com a ajuda de um alemão (!!!) gente fina, dentro de um estilo de faroeste granulado, árido, como nos filmes de Sergio Leone. Django foi um personagem de um filme italiano de mesmo nome, dirigido por Sérgio Cabucci, que assim como Sérgio Leone, tinha predileção por faroestes com trilha sonora agitada e um herói que fugia ao comportamento padrão dos heróis idealizados. O sangue em demasia, as referencias aos dias de hoje (presentes inclusive na trilha sonora) e o mocinho indestrutível estão presentes. Como em todo bom Tarantino.



Não é o melhor, mas é, sem dúvidas, um dos mais divertidos filmes do mestre do "plágio" consciente. Alguns exageros pelo caminho (como a morte de uma personagem, arremessada como se fosse uma bala de canhão, depois de tomar um tiro), outros acertos (como todas as cenas em que estão presentes Samuel L. Jackson e Christoph Waltz, uma escolha brincalhona de Tarantino, já que em Bastardos Inglórios o mesmo Waltz interpretou o que de pior a Alemanha ofereceu ao Mundo, além da surpreendente boa atuação de Leonardo di Caprio. Jamie Foxx está apenas correto como Django) e muita diversão em quase três horas de filme (apesar de parecer longo, a duração não compromete). Vale muito a diversão! E que Tarantino pare com rss bobagem de espalhar por aí que não pretende continuar fazendo filmes até ficar velho! 

O filme foi indicado para cincos Oscar 2013. Melhor filme, roteiro original, ator coadjuvante, fotografia e edição de som.


Django Livre






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Renata Jamús
É uma apaixonada por cinema. Foi mestre em "discursos do Oscar" na infância. Teve três ou quatro muito bons, que eram constantemente lidos para os pais babões de plantão. Os mitos hollywodianos eram como amigos da rua. Habitavam sua casa, desde sempre. | COLEÇÃO DE FILMES | FACEBOOK | TWITTER