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| filme 9 | O SEXTO SENTIDO

Você tem medo dos vivos ou dos mortos?


- Pense em uma coisa que você queira mudar.
- Não quero sentir medo nunca mais.


A primeira vez que vi O Sexto Sentido foi sozinha no cinema. Não havia lido maiores informações do roteiro, nem sabia de algum segredo desvendado no final. Portanto, do início ao fim, fui surpreendida com a história do garotinho que vê fantasmas em todos os lugares.

Ao primeiro olhar, achamos que se trata, apenas, de um filme de suspense com um diretor criativo que nos instiga a descobrir um “segredo”. Quando decidimos ver o filme pela segunda ou terceira vez o fazemos, única e exclusivamente, para achar as dicas em cada cena.

Hoje, vi o filme com outro olhar. Procurei me ater ao corajoso Cole Sear (Haley Joel Osment), o tal garotinho que vê fantasmas (a frase reveladora, por sinal, a famosa “I see dead people” se tornou uma das mais célebres da história recente do cinema). E não é que Cole tem mais medo dos mortos do que dos vivos. Me identifiquei com ele. Eu também tenho medo dos mortos. Até porque eles nos confrontam sempre com nossa finitude. E tomo aqui a finitude não de forma simplória, penso nela acompanhada da expressão “medo do fim sem que dê tempo de realizar tudo”. Mas isso é comigo, não com o Cole. Ele, por sinal, sofre bullying no colégio e com a desconfiança velada de sua mãe, mas isso não  o incomoda. Essas questões ele tira de letra.


- Como você pode me ajudar, Dr. Malcolm? Você não acredita em mim.


 O contaponto do Cole é o psicólogo infantil, Dr. Malcolm Crowe. De cara, somos apresentados a um paciente dele. Depois de ter falhado em seu tratamento, o psicólogo vê em Cole a chance de redenção. Mas, para conseguir isso, ele vai precisar acreditar em coisas e ver além do que sua imaginação permite. Quando, finalmente, consegue enxergar e acreditar em seu paciente Malcolm liberta ambos!

Foi legal rever o filme. Tomei os mesmos sustos sentidos na primera vez. Para cada morto que aparecia de relance, um pulo era dado no sofá. Interessante notar que o diretor M. Night Shyamalan apresentou em cada um dos seus filmes um herói de carne e osso, que precisa vencer seus medos para ser livre e viver bem. Cole é o primeiro dos heróis do diretor. A coragem de Cole é um exemplo pra todos nós.
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Renata Jamús
É uma apaixonada por cinema. Foi mestre em "discursos do Oscar" na infância. Teve três ou quatro muito bons, que eram constantemente lidos para os pais babões de plantão. Os mitos hollywodianos eram como amigos da rua. Habitavam sua casa, desde sempre. | COLEÇÃO DE FILMES | FACEBOOK | TWITTER