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| filme 44 | SHREK 2

Quando dois é bom demais!



Tente imaginar um sucesso estrondoso, que quebrou todos os paradigmas de arrecadação para animações e colocou em cheque a credibilidade e liderança dos estúdios Disney. Agora, faça uma força e pense: seria arriscado ou não investir em uma sequência para este grande sucesso? A Dreamworks nem pensou duas vezes. Arriscaram. O resultado? Shrek 2 consegue a proeza de ser uma das poucas sequências com um roteiro e execução ainda melhores que o seu antecessor.

A receita foi simples. Pegaram tudo que deu certo no primeiro: efeitos técnicos como a mobilidade facial dos personagens, a técnica para fazer com quem elementos da tela parecessem reais (tecido do vestido da Fiona semelhante ao veludo, terra com aspecto de verdadeira etc), as inúmeras citações a outros filmes, piadas com artistas famosos etc. Somaram a isso tudo um roteiro fantástico, que humanizou todos os “artistas” do filme de uma vez e trouxe aquilo que eterniza um personagem de ficção: identificação com o público.

O filme começa pós interrupção do primeiro. Skrek e Fiona agora estão casados. A sequência de abertura que mostra a lua de mel do casal é sensacional. Como estrelas de um clipe, com a música “Accidentally In Love” (ouça a trilha sonora do filme no final do post) ao fundo, Fiona e Shrek fazem tudo que um casal normal gostaria de fazer. Tudo, obviamente, dentro do universo ogro.

Pois bem, como sempre a paz do nosso herói verde não dura muito. Se no primeiro episódio eram os personagens encantados que invadiam seu pântano, no segundo episódio da franquia são os sogros de Shrek que chegam para pertubar sua paz. O Rei e a Rainha, felizes com o casamento da filha, decidem dar um baile de gala para apresentar o novo membro da família real que governa o reino de Tão Tão Distante.

O que vemos a partir da chegada da comitiva ogra na cidade é uma sucessão de piadas da cultura pop (estão lá filmes como Homem-Aranha, O Senhor dos Anéis, Alien - o oitavo passageiro, E.T., Caça Fantasmas, Indiana Jones e Missão: Impossível, seriados de TV, músicas que marcaram época e até uma imitação das famosas transmissões de evento do canal E!). A rua principal do reino é uma réplica deliciosa da Rodeo Drive em Los Angeles, e o letreiro que apresenta Tão Tão Distante é uma paródia do famoso letreiro de Hollywood. Neste novo episódio entram novos personagens: Rei, Rainha, A Feia, Princípe Encantado e a Fada Madrinha. Todos, sem exceção, são muito bem construidos. O principal deles, que chega para provocar ciúmes no Burro Falante, é o Gato de Botas.

Shrek com PAVOR nos olhos!
Mas, o que há de melhor neste filme é assistir o pânico vivido por Shrek ao ter que enfrentar o julgamento dos seus sogros. Aliás, o ogro passa os quatro episódios da série sendo julgado, mas, convenhamos, não há nada pior na face do Planeta Terra do que enfrentar o olhar e todas as análises dos familiares da sua amada, ou amado. O pobre Shrek faz de tudo para agradar e se mete em todo o tipo de saia justa, até se vestir como um nobre da corte! A grande sacada da Dreamworks foi apresentar o ogro como um de nós: repleto de medo do julgamento, com medo de perder o amor verdadeiro por conta dos seus defeitos. Afinal, por mais amor que exista, todos sabemos que a hora H é aquela em que o sogro e a sogra fazem o sinal de “ok” e é uma maravilha acompanhar a epopéia do Shrek para conseguir o seu!


Trilha sonora do filme. Clique no "play" e ouça.



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Renata Jamús
É uma apaixonada por cinema. Foi mestre em "discursos do Oscar" na infância. Teve três ou quatro muito bons, que eram constantemente lidos para os pais babões de plantão. Os mitos hollywodianos eram como amigos da rua. Habitavam sua casa, desde sempre. | COLEÇÃO DE FILMES | FACEBOOK | TWITTER