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| filme 46 | SHREK PARA SEMPRE

Eternamente em nossos corações.

shrek

É duro quando alguma coisa que a gente curte muito chega ao fim. A franquia Shrek durou 9 anos. O primeiro apareceu em 2001, o segundo em 2004, o terceiro em 2007 e este último, em 2010. Uma década, que podemos dizer, sem rodeios, foi dominada pelo Ogro verde e sua trupe de amigos, esposa e filhos! Uma infindável onda de produtos, brinquedos e até comida foi criada para celebrar um dos heróis animados mais fascinantes da cultura pop. Um anti-herói por natureza que caiu nas graças de crianças, adolescentes e adultos.

Shrek inaugurou uma nova onda de desenhos animados: aqueles que servem tanto para as crianças quanto para os pais das crianças. Apesar da franquia Toy Story (do estúdio Pixar, rival da Dreamworks que criou Shrek) ter revolucionado graficamente o cinema, Shrek revolucionou a linguagem da animação. Com piadas e temas mais adultos, porém sem perder a inocência, o cinema de animação se tornou programa para toda família. Os produtores de Toy Story entenderam tanto o recado que fizeram um número 3 da franquia com clara incluência, optando por temas mais adultos (perda da inocência, maus tratos etc).


A carga emocional deste último episódio é um desfecho óbvio para o sofrido e humanizado Shrek dos filmes 2 e 3. O filme começa com a nova rotina do Ogro: crianças (são lindos os três filhos do casal: Felícia,Fergus e Flatus), fama, festas e tudo mais. Acontece que ele está entediado e, de verdade mesmo, só queria uma vida simples, cercado do amor que já conquistou. Shrek e seus dilemas, nunca houve um ogro tão humano. Pena que nem mesmo nós, humanos, consigamos agir com tanta humanidade assim. Cansado emocionalmente ele conhece um truqueiro chamado Rumpelstilskin (que antes aparece tendo uma conversa com o Rei e a Rainha de Tão Tão Distante, num tempo passado. Em troca de acabar com a maldição que prendia sua filha na torre de um castelo Rumpelstilskin pede para ser o Rei de Tão Tão Distante. Momentos antes de assinar o Rei é interrompido, sendo informado que um sujeito chamado Shrek havia resgatado sua filha. Começa ai o ódio que Rumpelstilskin nutre por Shrek. Uma bela e plausível amarrada nas histórias). Seduzido pelo mestre dos truques, Shrek topa ter, por algumas horas, a vida que tinha antes de toda a fama. Assina o papel e de uma hora para outra perde tudo que tinha. Começa aí uma jornada que irá servir para ele dar valor ao que realmente importa.

No meio de tudo isso, continuam as piadas e sátiras. O Burro e o Gato de Botas permanecem como coadjuvantes de primeira linha. A gente sabe que termina tudo bem. Obviamente! Mas, é interessante como uma filme que perdura por dez anos tem a capacidade de nos fazer entender melhor. Mesmo não sendo crianças (que ainda são o público-alvo dessas animações) somos instigados a rever conceitos que há muito haviamos esquecido. Dar valor aos amigos não pelo sentimento em si, mas pela jornada que eles topam fazer conosco. Dar valor ao amor verdadeiro: em dado momento do filme Shrek precisa fazer sua amada Fiona sentir amor por ele como se fosse pela primeira vez, e ele consegue. O Ogro tem filhos e família, se sente afogado com tanta pressão, mas é depois de perder tudo que ele percebe não ser mais possível separar, da gente, nossas escolhas de vida sem fazer um grande corte na alma. E para cicatrizar só é possível se retomarmos nosso caminho. A jornada de Shrek para voltar ao ponto onde ele achou que havia se afogado é linda. Um belo desfecho para uma série inesquecível. Ogro, eterno!


Trilha sonora do filme. Clique no "play" e ouça.

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Renata Jamús
É uma apaixonada por cinema. Foi mestre em "discursos do Oscar" na infância. Teve três ou quatro muito bons, que eram constantemente lidos para os pais babões de plantão. Os mitos hollywodianos eram como amigos da rua. Habitavam sua casa, desde sempre. | COLEÇÃO DE FILMES | FACEBOOK | TWITTER