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| filme 63 | UMA MENTE BRILHANTE

Os gênios carregam um fardo!

"É somente nas misteriosas equações do amor, que alguma lógica pode ser encontrada."

John Nash é uma sumidade da matemática. Nascido em 1928, tornou-se doutor aos 20 anos, em 1948. Sua tese, posteriormente, revolucionou as fórmulas para cálculos de fundo econômico. Depois de se casar com Alicia López-Lardé, ele começou a desenvolver esquizofrênia. Ao mesmo tempo foi contratado para realizar um trabalho para o governo americano. Pronto! Talvez esta seja a parte verdadeiramente real desta cinebiografia dirigida por Ron Howard.

A história real de John Nash envolve comentários sobre uma suposta homossexualidade, acusações de violência contra a mulher e até uma tentativa de estupro. Obviamente estamos falando de Hollywood, cinemão, filme para ganhar o Oscar. Sendo assim, coisa ruim não entra! Mas, nada disso tira o mérito do filme. Bastou o diretor dizer que a obra é uma leitura livre da vida do famoso matemático e que tudo aquilo que realmente importa está presente na produção.

" O homem é tão atroz quanto criativo. As atividades estão aí disponíveis. É só acrescentar significado.”

A vida do gênio não é fácil. Depois de sofrer, delirar, ser considerado esquisito por todos ao redor, John ainda resolveu se apaixonar. O amor foi sua ruína e salvação. A história real de amor entre John e Alicia atravessa anos e anos. Estiveram juntos, tiveram um filho, ela decidiu se separar, novamente voltaram a ficar juntos, porém como amigos, até que renovaram o matrimônio e se casaram novamente em 2001. Permanecem vivos e unidos até hoje. Ron Howard, porém, preferiu centrar o filme na relação dos dois na época em que a doença foi descoberta. Além disso, ele trouxe para trama uma dose de suspense, já que o personagem principal começa a sofrer uma perseguição do governo americano (dizem que foi por conta disso que John começou a desenvolver a doença).

Uma Mente Brilhante foi indicado para vários Oscars. Ganhou os prêmios de melhor filme, melhor roteiro adaptado, diretor e melhor Atriz Coadjuvante (Jennifer Connelly, perfeita!). O filme tem inúmeros acertos. As sequências em que são mostrados os dotes geniais de John são fantásticas. Números e palavras que saltitam na tela. É uma loucura imaginar como funciona o cérebro de gente assim.

Outra vez, comentei aqui sobre John Lennon. Vi um filme (O Garoto de Liverpool) e terminei a minha podenração argumentando que não deveria ser fácil ser um cara como ele. Genial como ele. A mesma análise eu faço para o seu xará das Ciências Econômicas. Particularmente, já acho gênio qualquer um que se envereda por este caminho – não consigo entender números, não adianta. Mas, a vida de um cara como John nos faz pensar como é difícil o fardo de carregar um dom que é descoberto e desenvolvido até o seu máximo. As vezes, quando reclamamos da vida, não imaginamos o quão complicado é não conseguir fugir da genialidade. Desgasta e enlouquece. O ponto de equilíbrio do John foi a relação que estabeleceu com Alicia. Ela foi o outro peso da balança. Não é todo gênio que tem a sorte de encontrar um par assim.

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Renata Jamús
É uma apaixonada por cinema. Foi mestre em "discursos do Oscar" na infância. Teve três ou quatro muito bons, que eram constantemente lidos para os pais babões de plantão. Os mitos hollywodianos eram como amigos da rua. Habitavam sua casa, desde sempre. | COLEÇÃO DE FILMES | FACEBOOK | TWITTER