| filme 69 | OU TUDO OU NADA

A arte de fazer do pior momento a hora da virada.

Em Sheffield, no norte da Inglaterra, um operário desempregado e divorciado, chamado Gaz, sem saber o que fazer da vida, tem uma ideia considerada uma verdadeira loucura: ele planeja montar um espetáculo de striptease masculino completo. Para isso, recruta seus dançarinos que, como ele, fazem uso do seguro-desemprego. Homens como Gerald, que tem medo de contar para a mulher que foi despedido há seis meses, o tímido Lomper, que vive com a mãe, o rechonchudo e relutante Dave, entre outros. Começa aí uma jornada contra a barreira da vergonha e da falta de auto-estima.

Em 1998, o filme foi indicado para Melhor Filme, Roteiro Original, Diretor e Melhor Trilha Sonora (comédia ou musical), categoria que venceu. Apesar de só ter ganho um Oscar, a produção poderia ter saído vitoriosa em outras categorias, acontece que era ano de Titanic. A verdade é que foi um ano de grandes filmes indicados, como Melhor é Impossível e Gênio Indomável. Ou Tudo Ou Nada foi o representante Britânico da vez.

Estamos falando, aqui, de uma produção que é um grito de otimismo em meio a um universo extremamente desesperador. A história gira em torno de um grupo de metalúrgicos em meados da década de 80, época que verdadeiramente marcou o fechamento de inúmeras fábricas na Inglaterra.

A nuance realista reforça o caráter de filme “para cima”. Isso porque, vemos homens em situações periclitantes, mas que, decididamente, optam por não sofrer além do que precisam. Seja formando um grupo para fazer shows de striptease ou encarando momentos ruins com alguma outra alternativa otimista, a verdade é que Ou Tudo Ou Nada mostra que, às vezes, fazer piada com a desgraça é um bom remédio.