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| filme 76 | HARRY POTTER E A PEDRA FILOSOFAL
E se, aos 10 anos de idade, você fosse finalmente tirado de um mundo de chatices e levado à terra da magia?
O filme “Harry Potter e a Pedra Filosofal”, homônimo do livro no qual é baseado, é uma produção que iniciou a sequência de oito filmes (inspirados nos sete livros de J.K.Rowling). A saga do bruxinho, embora no início parecesse história fantástica para crianças, nos provou, em pouco tempo, a que tinha vindo. Engana-se quem acha que um adulto ficará entediado assistindo qualquer que seja o filme, dentre os oito lançados. Na primeira parte da história, somos apresentados àquele que seria o mais novo “trio dinâmico” do cinema.
O personagem principal, Harry (Daniel Radcliffe), é um garoto que perdeu os pais de maneira até então misteriosa, quando tinha apenas um ano de idade. Criado sob a tutela de tios cruéis, o menino é sempre subjugado ao primo Duda, que é, ao contrário dele, grande, gordo, forte e folgado. Harry é o esteriótipo da fragilidade: uma criança baixinha, franzina, de óculos de grau com lentes grossas (e que, de tanto levar socos do primo, vive remendado com fita adesiva) e que usa apenas vestes e objetos herdados de Duda. O cúmulo da opressão dentro da própria casa é onde vive o garoto. Mesmo com a existência de vários quartos vazios em casa, Harry mora em um sótão debaixo da escada. A primeira grande marca é a cicatriz em forma de raio que leva na testa.
Rony Weasley (Rupert Grint), aquele que seria, até o final, o melhor amigo de Harry, é um garoto também desajeitado, ruivo de uma família de ruivos. O menino vive à sombra da legião de irmãos que possui. Tendo apenas uma irmã mais nova, Gina, tem que viver com as roupas, livros e brinquedos usados pelos irmãos mais velhos (Gui, Carlinhos, Percy e os impagáveis gêmeos Fred e Jorge). Seus pais, embora extremamente carinhosos e atenciosos, não conseguem dar aos filhos muito conforto. Enquanto Molly é dona de casa e se vira para cuidar de tantas pessoas sozinha, Arthur é funcionário do Ministério da Magia.
Hermione Granger (Emma Watson) é, a princípio, uma menina soberba e inteligente demais para ser amiga de Harry e Rony. Porém, com o passar do tempo, se mostra mais sensível e, após tirar os amigos de uma enrascada, acaba por formar o tão famoso trio. Filha de pais “trouxas” – como são chamados os não bruxos – Hermione ainda enfrentaria muitos problemas e preconceitos por essa condição “mestiça”. A bruxinha, durante o primeiro filme, será a racionalidade do trio, quem dará as respostas certas na hora certa, quem desafiará a inteligência de bruxos mais velhos e mais completos. Sem Hermione, Harry e Rony não teriam, digamos, futuro.
A entrada de Harry no mundo da magia é dada de forma inusitada, tanto para ele, como para nós, que estamos assistindo sua história. Sem saber da sua condição de bruxo, Harry é procurado, ao completar onze anos, pela Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, a entidade mais conceituada no assunto. Ele descobre então que sua vaga havia sido garantida ao nascer, herança de pais também bruxos que lá estudaram. Harry é tirado, para sua felicidade, do seio de seu projeto de família e levado, por um gigante atrapalhado, até a escola. Hagrid é um homem enorme que, embora não pareça à primeira vista, tem um coração maior ainda e se torna grande aliado do menino durante toda sua vida escolar. Somos apresentados então também a Dumbledore, o diretor da escola e quem melhor acolhe Harry. Outros professores são também fundamentais, de quem se destaca Minerva McGonagall, vice-diretora da escola, professora de Transfiguração e diretora da Casa de Grifinória (uma das quatro subdivisões da escola – onde os alunos são encaixados, principalmente, pelo caráter que possuem. As outras casas são: Sonserina, Corvinal e Lufa-Lufa).
Há muito que apreender da primeira aventura de Harry Potter. Entendemos porque o garoto perdeu os pais, conhecemos o grande vilão Voldemort (mais conhecido como “Aquele-que-não-deve-ser-nomeado”), tomamos antipatia pelo garoto antagonista Draco Malfoy, nos emocionamos com as descobertas que são feitas durante o filme e, principalmente, ficamos perplexos com a riqueza de detalhes e quantidade de informação. O filme de 2001, dirigido por Chris Columbus, recebeu três indicações ao Oscar (Melhor Direção de Arte, Melhor Figurino e Melhor Trilha Sonora), embora não tenha levado nenhuma estatueta.
A Pedra Filosofal, elemento que dá título ao filme, é o grande mistério que deciframos nessa fase. Descobrimos também porque Harry é conhecido como “O Garoto que Sobreviveu”. Não é exagero quando se diz que Harry embalou uma geração e se tornou filme de pessoas de todas as idades. As bilheterias e a repercussão confirmam. “Harry Potter e a Pedra Filosofal” foi a estreia de uma saga que é, com certeza, coisa de gente grande.