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| filme 77 | HARRY POTTER E A CÂMARA SECRETA

Que aventuras poderão estar reservadas a um bruxo de 12 anos de idade?

“Harry Potter e a Câmara Secreta” é o nome da segunda parte da saga do bruxinho que saiu das páginas de uma epopéia moderna de sucesso e ganhou as telonas definitivamente. No segundo filme, um Harry já mais crescido, mas ainda em companhia dos amigos do ano anterior, enfrenta problemas e desafios intermináveis pra conseguir concluir o ano letivo com sucesso – e com vida.

Após o primeiro ano na escola de Hogwarts, Harry, Rony e Hermione partem para suas merecidas férias de verão, após enfrentarem desafios acadêmicos e de outras ordens. O final do primeiro filme, eletrizante, é contrastante com o início do segundo, aparentemente entediante. Harry, que, a contra gosto, volta para a casa dos tios, está triste e preocupado com a falta de notícias dos amigos. Os tios e o primo, como sempre, o tratam mal e de forma esquisita, mas, talvez por medo da condição que Harry já conhece – de bruxo – o tiram do sótão sob a escada e o transferem para um quarto no segundo piso. Não é um ambiente luxuoso e muito menos espaçoso, mas ali Harry já pode ficar em pé sem bater a cabeça em degraus. Novos elementos fazem agora companhia ao garoto: um caldeirão, um malão com livros e vestes da escola e a gaiola de Edwiges, sua coruja de estimação, presente que ganhou no ano anterior. Todos os dias, Harry lê o jornal do mundo bruxo, o Profeta Diário, e ali também não encontra novidades que o tirem do marasmo. É nesse clima que o menino recebe a visita de um ser altamente estranho – Dobby, um elfo doméstico. Uma criaturinha de alguns centímetros, horrorosa com seu nariz enorme e olhos esbugalhados e que parece estar ali cumprindo ordens. A chegada do elfo causa uma confusão na casa dos Dursley, os tios de Harry. Dobby diz ao jovem bruxo que não volte à escola, pois ali correria sério risco de vida. Isso, mais do que preocupar, deixa Harry nervoso. Não voltar ao lugar onde descobriu felicidade seria no mínimo injusto. O elfo é então ignorado.

A volta à Hogwarts ocorre de forma inusitada. Impedido de entrar na plataforma 9 e ¾, aquela em Kings Cross, que dá acesso ao trem mágico que leva os alunos à escola de magia, Harry se vê sem solução até encontrar o amigo Rony. Contrariando todas as leis e regras que regem o mundo da magia, sobretudo para bruxos menores de idade, Harry e Rony encantam o carro do pai do ruivo e seguem até Hogwarts em um automóvel voador. A cena onde os dois seguem com os olhos o trem a tantos metros abaixo é antológica. Chegando na escola, sob reprimendas e puxões de orelha, os meninos reencontram a grande amiga Hermione e tantas outras figurinhas que compõem o cenário. Mais uma vez vemos um Dumbledore magistralmente interpretado por Richard Harris e uma Minerva McGonagall, por Maggie Smith. A grande novidade é o novo professor de Defesa Contra As Artes das Trevas, o pomposo Gilderoy Lockhart (Kenneth Branagh). O mestre, cheio de manias, se apresenta como o mais metido personagem de toda a saga do bruxinho.  Em aulas pouco convencionais e com deturpações sem aparentes razões da matéria escolar, o professor se ocupa apenas de massagear o ego através da admiração das jovens alunas. Outras novidades aparecem, mas o que dá o tom do segundo filme de Harry Potter,são os fenômenos esquisitos que vêm acontecendo. Alunos aparecem petrificados e uma câmara, em um banheiro previamente isolado, é aberta misteriosamente. Mensagens violentas e até macabras aparecem escritas com sangue nas paredes. Tudo está fora do normal, mas isso é apenas o início do enorme mistério que se dará a seguir, assim que o nosso trio de bruxinhos preferidos tomar para si, mais uma vez, a condução do problema.

O filme de 2002, que tem nada menos que 161 minutos, não recebeu nenhuma indicação ao Oscar, mas sim ao BAFTA e ao MTV Movie Awards. Ainda sob a direção de Chris Columbus, o segundo filme da série não teve nem de longe a repercussão do primeiro, mas foi também um sucesso de bilheteria, com quase 1 bilhão de dólares de faturamento. A boa continuidade, garantida pela presença dos mesmos atores e da mesma linha de cenário e fotografia, seria quebrada na terceira parte da saga, como veremos adiante.

Harry Potter está, mais do que nunca, inserido na luta que será travada até os últimos dias de sua saga: a luta contra Lord Voldemort, o senhor das trevas, está apenas começando.
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Renata Jamús
É uma apaixonada por cinema. Foi mestre em "discursos do Oscar" na infância. Teve três ou quatro muito bons, que eram constantemente lidos para os pais babões de plantão. Os mitos hollywodianos eram como amigos da rua. Habitavam sua casa, desde sempre. | COLEÇÃO DE FILMES | FACEBOOK | TWITTER