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| filme 81 | HARRY POTTER E O ENIGMA DO PRÍNCIPE
Até que ponto a dor é aturável na busca de um objetivo?
Não bastasse todo o perigo que o nosso protagonista correu no filme anterior, o sexto da franquia traz, logo de cara, o tom que será regente durante toda a sua exibição. Nas primeiras cenas, Harry Potter não aparece tanto, ficando o destaque por conta dos personagens do mal, liderados por Lord Voldemort. E como já era de se esperar, o tema de que eles tratam é um só: como matar Harry. Sabendo que o garoto vai estar desprotegido em algum momento das férias de verão, os Comensais da Morte tentam articular um plano para aniquilá-lo de vez. O início do filme é também marcado pela visita que Harry faz juntamente a Dumbledore à casa onde está escondido Slugohrn, que se tornaria então, sob pedido dos dois, professor de Poções em Hogwarts.
No início do ano letivo, Harry descobre não ter o material necessário para estudar para as aulas de Poções. Pega então um livro emprestado da coleção que há na sala. O livro, porém, está todo anotado e marcado com dicas interessantes, que Harry resolve seguir. E assim o garoto se torna um fenômeno, conseguindo resolver os mais difíceis desafios. O livro, como Potter descobre depois, contém uma assinatura do dono, que se identifica como “Príncipe Mestiço” – apelido que dá nome ao filme em inglês. Essa posse será o que dará início a muitas descobertas durante o ano na escola e, evidentemente, será desencadeadora de fatos pra lá de misteriosos. O lado negro da força está mais forte do que nunca. Com a morte de Sirius Black, a Ordem da Fênix está abalada e os perigos estão cada vez mais próximos. Pactos e combinados, mil planos, táticas, juramentos de morte e muita magia negra circulam quem está próximo do Príncipe das Trevas. Harry escapa, mais uma vez, após lutas incessantes e muita determinação em viver. Mas não são todos os personagens que chegarão ao final. A morte volta a protagonizar, sendo, dessa vez, extremamente dolorosa e irreparável. O maior desafio dos bruxinhos, desta vez, é superar.
O filme, recheado de detalhes, traz também uma nova fase de amadurecimento. Harry Potter começa a namorar Gina Weasley, a ruivinha irmã de Rony, o melhor amigo de Harry. Rony, por sua vez, se envolve com Lilá Brown, o que desperta ciúmes doentios na amiga Hermione Granger. O time de quadribol vai bem, com Harry na sua destacada posição de apanhador do time, enquanto Rony desempenha, surpreendentemente bem, a função de goleiro. O início da busca pelas Horcruxes (pedaços da alma de Voldemort) e os desafios de ordem mais subjetiva – psicológicos, mais precisamente – são os elementos que compõem mais um sucesso da franquia.
O mais sombrio de todos os filmes da saga. Assim “Harry Potter e o Enigma do Príncipe” é definido. Inspirado no livro “Harry Potter and The Half-Blood Prince”, de J.K. Rowling, a produção cinematográfica não poderia ter um tom menos do que amedrontador. A película, de 153 minutos, foi produzida no ano de 2009 e dirigida por David Yates. O elenco se mantém o mesmo desde o primeiro filme (com exceção para Richard Harris que, por razão de seu falecimento foi substituído – à altura – por Michael Gambon, no papel de Dumbledore, desde o terceiro filme). O filme foi indicado a muitos prêmios importantes, dentre eles ao BAFTA, ao Grammy Awards, ao MTV Movie Awards, ao Scream Awards, ao Teen Choice Awards e ao Oscar, dentre outros. Mesmo não tendo vencido em nenhuma categoria de destaque, o filme se consolidou como uma das grandes bilheterias que a série abocanhou.
A ansiedade pelo fechamento da série, que se dará em dois filmes, é cada vez maior. Quantos mistérios mais surgirão? Como serão resolvidos os que já existem? Quem conseguirá sobreviver a tantos perigos?