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| filme 79 | HARRY POTTER E O CÁLICE DE FOGO

Até onde a fibra de um garoto pode levá-lo?

O quarto filme da saga, “Harry Potter e o Cálice de Fogo”, tem sua trama iniciada de maneira inusitada e que promete muitíssima diversão. Com Hermione, Rony e a família do amigo, Harry marcha para a Copa Mundial de Quadribol. O esporte, tipicamente bruxo – obviamente praticado sobre vassouras voadoras – é o grande hobby de Harry, que está, portanto, animadíssimo. O grande grupo ruma até os acampamentos destinados aos espectadores dos jogos. De cara, muita magia. Sob a aparência de uma barraca de acampamento normal, o lugar onde ficarão hospedados, é, na verdade, um apartamento confortável, cheio de camas e de tudo mais que precisarão durante os dias em que verão o torneio. Já no primeiro jogo, Irlanda contra Bulgária, Harry fica entusiasmado e fascinado com a performance do craque do time búlgaro, o jovem Vitor Krum. A oportunidade de conhecê-lo pessoalmente logo surge. Depois da emocionante partida, todos voltam ao acampamento, mas ali, o grande primeiro susto do enredo acontece. Comensais da Morte (os seguidores de Voldemort) invadem o local, causando estragos e deixando feridos, fazem muita balbúrdia, queimam barracas e, por fim, conjuram a “Marca Negra”, sinal que projetam no céu, e que é como um chamado a todos os outros seguidores daquele-que-não-deve-ser-nomeado, como é conhecido Voldemort.

Após escaparem quase ilesos, os garotos logo retomam os estudos em Hogwarts. A grande novidade do ano ainda está por vir. Dumbledore, o diretor da escola, comunica aos alunos que ali foi eleito o melhor lugar a sediar o “Torneio Tribruxo”, uma tradicionalíssima competição de estudantes que foi suspensa há mais de cem anos, por ser levemente, digamos, mortal. Explicadas as regras, fica entendido que receberão a visita de duas outras escolas. A pomposa escola francesa Beauxbatons, sob a direção da gigante Madame Maxime e a sisuda escola russa, Durmstrang, regida pelo também sisudo, Igor Karkaroff. É em Durmstrang que estuda o jogador de quadribol que Harry passou a admirar, Vitor Krum. Segundo as regras, cada escola participará com um representante, que deveria ser maior de 17 anos. Como era de se esperar, a eleição desses participantes será feito pelo elemento-título do filme, o Cálice de Fogo. Os alunos que se encaixam nos pré-requisitos e, claro, assim almejam, devem depositar um papel com seus nomes para que o Cálice escolha o que melhor pode representar cada escola. Para Beauxbatons, é eleita a jovem, fascinante e hipnotizante Fleur Delacour. A linda garota de cabelos quase prateados, não é, como poderiam pensar, sinônimo de fraqueza ou meiguice. Já para Durmstrang, é eleito o representante Vitor Krum, sinônimo de bravura e frieza. Hogwarts, após muita especulação, recebe a notícia de que será representada por Cedrico Diggory (Robert Pattinson), o garoto-galã que é o sonho de consumo de cada 9 entre 10 alunas da escola. Porém, o Cálice traria ainda outra surpresa. Contrariando suas próprias leis, o nome de Harry Potter, que, além de não se encaixar nos pré-requisitos, não se candidatou, é cuspido por suas chamas. Diante do impasse, é convocada uma assembléia. Ao assumirem que o Cálice é soberano em suas decisões, a participação de Harry é aceita.

O Torneio tem três partes. De acordo com seu desempenho em cada uma delas, os quatro participantes somam pontos. A primeira é passar por um dragão e pegar um de seus ovos. Cada bruxinho conta com uma artimanha diferente para conseguir, com mais ou menos sucesso, transpor o primeiro desafio. A segunda é ficar por quase uma hora submerso no gelado lago da propriedade da escola, desempenhando atividades requisitadas. Também dessa vez, é esperada muita sagacidade de cada participante. Por fim, já coincidindo com o fim do ano letivo, teremos a terceira e mais difícil prova. Os participantes deverão passar por um labirinto cheio de obstáculos perigosos e, por assim dizer, mortais. A taça do torneio, objeto almejado veementemente pelos quatro, deveria ser o fim da linha. Mas não é bem isso que se acontece. Harry tem outro encontro com seu arqui-rival, Lord Voldemort.

Um filme com uma carga dramática não antes experimentada na série. Assim podemos definir “Harry Potter e o Cálice de Fogo”. Vemos um Harry mais maduro, mais senhor de suas decisões e, para suspiros das senhorinhas de plantão, extremamente gentil, bondoso e ético. As suas decisões o levarão a lugares onde sua vida será ameaçada. Harry conhecerá a morte e o horror de perto. Presenciará cenas que arrepiam a qualquer um que veja o filme. Rituais macabros, bruxos inescrupulosos e muitos efeitos fantásticos são o que dão o tom a um filme maduro e com consistência de um grande sucesso. E assim é. Enorme êxito de bilheteria, críticas arrebatadoras e consagração dos jovens atores – essas são apenas algumas recompensas. O diretor que é responsável pela quarta parte da saga é Mike Newell, e, com ele, o filme é indicado ao Oscar de Melhor Direção de Arte. É ainda indicado ao BAFTA nas categorias Melhor Maquiagem, Melhores Efeitos Especiais e Melhor Desenho de Produção, tendo vencido o último. As indicações acontecem também no MTV Movie Awards, nas categorias Melhor Herói (Daniel Radcliffe), Melhor Vilão (Ralph Fiennes) e Melhor Equipe (Daniel Radcliffe, Emma Watson e Rupert Grint), desta vez sem prêmios.

Harry cresceu. Está maduro, conta com a companhia e apoio de muitos amigos e começa a despertar inveja e admiração pelo bruxo que vem se tornando.
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Renata Jamús
É uma apaixonada por cinema. Foi mestre em "discursos do Oscar" na infância. Teve três ou quatro muito bons, que eram constantemente lidos para os pais babões de plantão. Os mitos hollywodianos eram como amigos da rua. Habitavam sua casa, desde sempre. | COLEÇÃO DE FILMES | FACEBOOK | TWITTER