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| filme 53 | À PROCURA DA FELICIDADE


Uma inacreditável história real!
  
“Porque quando era jovem e tirava um "A" num exame de história ou qualquer outra matéria eu tinha este sentimento bom de todas as coisas que eu poderia ser. E então eu nunca me tornei nenhuma delas.”

Chris Gardner foi um sujeito que teve boa educação, conseguiu se formar, casou, teve um filho e fez escolhas profissionais erradas que o levaram até a mais absoluta situação de desamparo. Sem conseguir trabalho, investiu todas as economias que tinha em aparelhos médicos que cairam em desuso.

Já sem ter para onde correr, sem renda e sem confiança Chris conhece um senhor que vem a ser dono de uma das maiores corretoras dos Estados Unidos. Num papo rápido, o senhor oferece um estágio para ele. Acontece que o trabalho não é remunerado, mas mesmo assim Chris insiste. Ocorre que a corrente de notícias ruins não tem fim para o pobre Chris. Um belo dia, quando chega em casa, percebe que sua mulher o largou e, ainda por cima, deixou o filho com ele. Começa aí um luta pela sobrevivência, que ao invés de afastar um homem do seu sonho faz com que ele tenha cada vez mais força de vontade.

“No dia seguinte, depois do trabalho, fomos à praia. Longe de tudo e de todos. Só Christopher e eu. Longe de ônibus, e barulhos e a constante decepção em minha cabeça 10 galões. E de mim mesmo.”

Sem ter dinheiro algum, com um filho pequeno, Chris começa a usar de todos os meios que pode: dorme em abrigos gratuitos, no metrô, até em banheiros públicos. Mas, o que é mais interessante: ele não deixa nenhum obstáculo ser maior do que sua vontade de vencer. Além disso, cria uma relação de cumplicidade e compreensão com o filho. É o ápice da resignação sem depressão.

A produção de 2006 deu uma indicação ao Oscar para Will Smith. Além disso, apresentou um dos filhos de Will, Jaden Christopher Syre Smith. Que faz o seu filho no filme. O garoto é um espetáculo à parte. Algumas adaptações foram feitas na história: parece que na vida real Chris recebia uma ajuda de custo de mil dólares no estágio e a opção de dormir em abrigos e outros lugares insólitos foi uma alternativa para economizar. Alguns aspectos da vida privada do verdadeiro Chris Gardner também foram substraídos do filme. Mas nada que apague a história de superação e luta.

“Hei...Nunca deixe que alguém te diga que não pode fazer algo. Nem mesmo eu. Está bem? Se você tem um sonho tem que protegê-lo. As pessoas que não podem fazer por si mesmas, dirão que você não consegue. Se quer alguma coisa, vá e lute por ela. Ponto final.”

Outra vez, comentei aqui que quando vemos algo real ser adaptado para o cinema temos a impressão que ligaram a gente na tomada e, em consequência, podemos fazer tudo. E a verdade é que, se a gente tomar a vida deste americano como exemplo, sim, podemos fazer tudo que quisermos. Para o bem e para o mal! A consciência de Chris é tão grande na sua relação com os outros e, principalmente, com o filho, que ele afirma: nada pode impedir uma pessoa de conseguir realizar seu sonho, nem alguém muito importante para essa pessoa, sequer nós mesmos (somos, quase todos, doutores em auto-sabotagem). São várias lições em um único filme. Mas, talvez pelo grande trabalho do Will, talvez pela própria forma positiva com que o personagem principal encara tanta coisa ruim, a verdade é que À Procura da Felicidade injeta ânimo, sem ser meloso demais ou inverossímil ao extremo. Nunca o “você quer, você pode, você consegue” foi tão verdadeiro!

Sequência Final do Filme - "E Essa é a pequena parte, da minha vida que se chama felicidade"


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Renata Jamús
É uma apaixonada por cinema. Foi mestre em "discursos do Oscar" na infância. Teve três ou quatro muito bons, que eram constantemente lidos para os pais babões de plantão. Os mitos hollywodianos eram como amigos da rua. Habitavam sua casa, desde sempre. | COLEÇÃO DE FILMES | FACEBOOK | TWITTER