banner

| filme 84 | QUASE FAMOSOS

Hoje é dia de viajar pelos Estados Unidos curtindo um Rock, bebê!



Tente imaginar um menino de 16 anos, viajando pelos Estados Unidos atrás de bandas de rock. Não estamos falando de bandinhas bobocas, e sim conjuntos como Led Zeppelin, The Who e Allman Brothers. A finalidade das viagens? Escrever sobre os bastidores dos shows e fazer entrevistas para a bíblia do Rock and Roll, a revista Rolling Stone. Você acha que esse é um enredo de ficção? Até parece, mas não é. Essa produção americana, de 2000, retrata uma pequena parte da vida do diretor americano Cameron Crowe (responsável por outro grande sucesso do cinema, Jerry Maguire).

William Miller (o alterego de Cameron na tela, interpretado explendidamente pelo jovem Patrick Fugit), ainda com 15 anos, escreve pequenas críticas sobre música, na cidade onde mora. Nesse tempo, ele conhece Lester Bangs, um conhecido e excêntrico crítico que começa a exercer o papel de tutor do garoto. O bom texto do menino chega até editores da famosa revista. Depois de uma conversa telefônica fica decidido que William irá fazer a cobertura da banda Stillwater, todos desconhecem a idade do rapaz.

William parte em sua viagem e leva todos nós. O tempo na estrada faz com que ele descubra o poder da amizade, o sexo e o amor, uma vez que ele se apaixona pela fã da banda Stillwater, conhecida como Penny Lane (o papel é interpretado pela linda Kate Hudson, que ganhou um Globo de Ouro e foi indicada ao Oscar de melhor atriz coadjuvante por esse filme). De tempos em tempos ele liga para sua mãe. Elaine Miller (Frances McDormand, como sempre maravilhosa) é uma professora, que quase enlouquece com as aventuras do filho e sempre repete o mesmo bordão: “fique longe das drogas”.

A banda Stillwater representa, na verdade, uma mistura de todas as bandas que o diretor Crowe seguiu quando jovem. E alguns episódios apresentados no filme foram, de fato, verdade. Como quando o guitarrista da banda, depois de ter tomado LSD, se joga do alto do telhado de uma casa onde era dada uma festa, bradando antes a frase "Eu sou um deus dourado" (dizem que o epidódio foi protagonizado por Robert Plant, do Led Zeppelin). O filme venceu o Oscar de melhor Roteiro Original em 2001, além de ter sido indicado aos prêmios de melhor atriz secundária (Kate e Feances) e melhor edição.

Já perdi a conta das vezes que vi o filme. A leveza com que o diretor conta uma história, num meio que todos sabemos não é feito apenas de poesia, emociona. A ingenuidade do personagem principal contrasta com cenas complexas, como quando a jovem Penny Lane quase morre por ingestão de drogas, ou quanto a mesma jovem é objeto de uma aposta por 100 cervejas. No fundo, estamos falando de um dos melhores filmes sobre o bom e velho Rock and Roll. E, talvez, a cena que mais represente a sensação boa que sentimos após ver a produção seja a do elenco cantando Tiny Dancer, de Elton John.





Trilha sonora do filme. Clique no "play" e ouça.

Compartilhe:
Renata Jamús
É uma apaixonada por cinema. Foi mestre em "discursos do Oscar" na infância. Teve três ou quatro muito bons, que eram constantemente lidos para os pais babões de plantão. Os mitos hollywodianos eram como amigos da rua. Habitavam sua casa, desde sempre. | COLEÇÃO DE FILMES | FACEBOOK | TWITTER