banner

| filme 86 | TOY STORY 2

Os brinquedos também amam!

Se em Toy Story, o primeiro, a trama girava em torno do encontro entre Woody e Buzz, e o consequente ciúme que surgiu entre eles, o final já nos dava a dica que no segundo filme da saga o mote seria outro. Aqui já não falamos mais de ciúmes e os conflitos que são gerados por eles, agora o tema central é o sentimento de abandono, tão comum em todos nós.



Prestes a ir para um acampemento de férias, o garoto Andy segue brincando com seu cowboy preferido, Woody. Antes da viagem, porém, o boneco sofre um rasgo no braço e o garoto tem que deixá-lo pra trás. Mesmo com a fatalidade, Woody sente que seu dono cresce, e percebe que esse crescimento provoca uma necessária mudança de interesse. Isso faz surgir no boneco um sentimento de abandono e não-pertencimento. Quando vê seu amigo, o boneco Wheezy, ser levado para uma venda de garagem, Woody resolve salvá-lo, mas acaba sendo sequestrado por Al, um colecionador obcecado. No cativeiro ele conhece sua história (é o brinquedo representante de uma série de grande sucesso na TV) e revê parceiros de programa como Jessie e o cavalo Bala no Alvo. No meio dessa onda depressiva do cowboy, o Patrulheiro das Galáxias (!!!) Buzz Lightyear monta um grupo para resgatar Woody.

O número dois da trilogia apresenta um grande número de sequências de perseguição fora do âmbiente caseiro. Vemos os bonecos desfilando pela cidade, algo que seria comum no último episódio da série. Em que pese as ótimas cenas de aventura, um dos momentos mais emocionantes do filme é ver Jessie contando como era sua vida com a antida dona, uma história marcante para a gente e para os brinquedinhos do filme. É no segundo episódio que eles percebem que não terão uma vida de "brincadeira” e felicidade plena para sempre. Por incrível que possa parecer, é no filme Dois, que a Pixar ensina aos brinquedos como eles devem crescer. Um ensinamento que, obviamente, deve ser entendido por nós.

Seguem as referências aos grandes sucessos do cinema como Robin Hood, Laranja Mecânica e Star Wars. O filme ganha cores até então inimagináveis para uma animação gráfica. Folhas, vento, cabelos, tudo aparece com maior realismo. O salto já é impressionante. Um verdadeira revolução na animação. Como se isso, por si só, já não fosse o suficiente, a produção da Pixar apresenta um monte de cenas inesquecíveis. Uma delas precede o clipe com a música que foi indicada ao Oscar de Melhor Canção Original em 2000 - "When She Loved Me" de Randy Newman.

Muita gente, e eu me incluo, acredita que a sequência mestre do filme é aquela em que Jessie conta como sua vida era feliz quando alguém a amava. Na verdade, não é só a vida da Jessie, né? A necessidade de amor, a nostalgia que a perda dele provoca e todas as nuances que envolvem esse sentimento estão presentes no filme. Com a Pixar a gente aprende que amor faz falta até para os brinquedos. Bravo!









Compartilhe:
Renata Jamús
É uma apaixonada por cinema. Foi mestre em "discursos do Oscar" na infância. Teve três ou quatro muito bons, que eram constantemente lidos para os pais babões de plantão. Os mitos hollywodianos eram como amigos da rua. Habitavam sua casa, desde sempre. | COLEÇÃO DE FILMES | FACEBOOK | TWITTER