Tweetar
| filme 87 | TOY STORY 3
Para sempre em nossos corações!
Antes de mais nada, em 2010 o último filme da trilogia foi indicado para 5 estatuetas do Oscar, entre elas as de melhor filme e roteiro adaptado – categorias consideradas nobres, ainda mais para uma animação. Ganhou dois: melhor animação e canção original (“We Belong Together" de Randy Newman). Em que pese a vitória do filme O Discurso do Rei, não resta dúvidas no MEU coração que a vitória moral vai para a animação da Pixar, que encerra, com chave mais do que de ouro, uma era do cinema.
Nós que acompanhamos a história do garoto Andy e seus bonecos desde 1995, 15 anos depois fomos presenteados com um filme de rara beleza. O garoto cresceu e vai fazer faculdade, seus fantásticos brinquedos, porém, estão prestes a ir para o sotão. Andy arruma as coisas e faz dois sacos: um para o lixo e outro para o sotão (com todos os brinquedos, exceto Woody – o cowboy que ele pretende levar para a faculdade). A mãe do jovem rapaz confunde os sacos e manda para o lixo todos os brinquedos. Woody vai atrás para tentar ajudar seus amigos que foram para o lixo, lá avisa que todos seriam mandados para o sotão. Acontece que os outros brinquedos acabam achando que Andy queria realmente se desfazer deles e vão parar na creche Sunnyside. Lá descobrem que irão enfrentar um autêntico pesadelo. E o único que tenta voltar para o dono é o herói genuíno da trilogia: Woody.
Tudo em Toy Story 3 é melhor do que nos outros. O visual fantástico, as texturas, os humanos, os cenários e, principalmente, a solução encontrada para fechar a série. Todos os personagens apresentam suas principais características em momentos cruciais da trama. E não há dúvidas: Woody é o cara! O empenho, a fidelidade dele em não abandonar o seu amigo e o jeito que encontra para liderar os outro bonecos são o desfecho plausível, e por isso mesmo sensacional, para todo martírio enfrentado pelo cowboy nos outros episódios. Ao final vemos que a Pixar quis nos mostrar como é o tal processo de amadurecimento, aquela coisa de entender que diabos estamos fazendo na vida. O mágico disso tudo? Bonecos foram usados para contar a história.
Para isso, a Pixar não pensou em nos poupar. Guardou para a sequência final uma série de imagens e diálogos que cortam o coração de qualquer humano! Qualquer! É na sequência final que Andy fala, pela primeira vez na série, o que representa cada brinquedo pra ele. Cada brinquedinho tem, então, seu momento de glória. Depois, o momento mágico em que Andy fala para o seu “melhor amigo”. A câmera fecha num close antológico nos olhos de Woody. É um brinquedo, mas os olhos de Woody falam! Falam para as crianças e falam, muito, para os adultos. É emocionante demais. Segue-se uma última brincadeira! Andy, seus brinquedos e a nova dona! Um deleite para todos. E por fim, a descoberta: todos passam a ter a exata noção do que vieram fazer na vida – Andy aprende que cresceu, Woody e seu comandados entendem que devem servir ao dono (ou dona) que lhes dê amor e a pequena criança, que herda tão precioso tesouro, aprende que chegou a hora de começar a brincadeira. Luzes acendem, estou chorando muito. Chego em casa e trato de resgatar todos os meus brinquedos preferidos do fundo do baú. Minha prima Isabela se tornou a nova dona de alguns, com outros eu continuo brincando (sem brincadeira!). E para eles, os brinquedos, deixo meu agradecimento eterno, infinito e além!