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| filme 91 | SUPER 8

ET do Spielberg é sempre bom!

Não é de hoje que o selo de qualidade Spielberg produz filmes com uma temática alienígena. E.T – O Extraterrestre está aí para pontuar a questão. Acontece que numa de suas mais famosas incursões pelo universo de “fora da Terra”, Spielberg fez mais uma fábula sobre aceitação e amizade: um menino (filho de pais separados), esquisito, rejeitado, que conhece um alien, o abriga e precisa aprender a conviver com as diferenças, até que dessa relação surge uma linda história de amizade. Agora, como produtor, o grande mestre do cinema americano vê seu pupilo J. J. Abrams fazer uma grande homenagem ao cinema de suspense.

Super 8 é um filme de gênero. E isso não é vergonha, porque ele assim se assume desde o início, e dentro do contexto em que a narrativa acontece absolutamente tudo nos remete aos grandes suspenses de aventura que povoaram nossas telas na década de 70 e 80. Mas, em que pese as inúmeras e fantásticas sequências de tensão e perda de folego que temos o prazer de assistir, Super 8 ainda se estabelece como um filme que busca um certo sentido para os grandes conflitos da humanidade. Temos uma relação conturbada do protagonista com seu pai, uma família destruída pela falta de amor, outra por uma fatalidade, crianças esquisitas, jovens apaixonados, perda da confiança, sua reconquista...e bota muita reticência aí.


A história é clássica: um grupo de crianças, fanáticas por filmes de terror, vive os dias entre o colégio e as fimagens de uma produção amadora em super 8. Em uma noite, decidem ir para uma estação de trem, afim de usá-la como locação da obra. Lá testemunham um acidente gigantesco com um trem e um carro que se choca contra ele. Cada um corre pra um lado, mas a pequena câmera Super 8 filma tudo. Mais adiante, nós e dois dos meninos somos apresentados aos conjuntos de quadros filmados. Nada que nos surpreenda tanto, porque nessa altura do campeonato já mais do que sabemos do que se trata o grande mistério. São muitos sustos. Em um deles, dei um salto mortal, estilo “duplo twist carpado”, e assustei por tabela a minha mãe que cochilava ao meu lado.

A escolha do elenco foi muito bem feita. Joe Lamb o jovenzinho que é filho do delegado da cidade e fio condutor da história é interpretado pelo garoto Joel Courtney (a cara de criança adulta é perfeita para um personagem que tem uma história trágica para contar), outro destaque vai para a razão do afeto do menino Joe: a “atriz” do filmete em super 8, Alice Dainard, interpretada com maestria pela jovem Elle Fanning, irmã mais nova (e parece que mais talentosa) da já famosa Dakota. Falar sobre a qualidade técnica do longa é “chover no molhado”. Um filme com a produção do gênio não tem como sair com menos do que nota 9 no assunto. Fora isso, Super 8 é desses filmes para chamar os amigos, fazer pipoca em grande quantidade, comprar refrigerante e tomar muito susto. No fim, os conflitos são resolvidos com o grande jogo de imagens + ótima trilha sonora + excelentes interpretações.

Cinemão do melhor estilão, vindo diretamente de Hollywood, para nos entreter!
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Renata Jamús
É uma apaixonada por cinema. Foi mestre em "discursos do Oscar" na infância. Teve três ou quatro muito bons, que eram constantemente lidos para os pais babões de plantão. Os mitos hollywodianos eram como amigos da rua. Habitavam sua casa, desde sempre. | COLEÇÃO DE FILMES | FACEBOOK | TWITTER